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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Ed Kennedy é tudo, menos um
herói... Na verdade, ele é, nas próprias palavras, um "perdedor",
alguém sem perspectivas de vida, cercado de amigos tão fracassados quanto ele.
Com 19 anos, o que ele fez de importante na vida? Segundo ele, "porra nenhuma". Ele sobrevive com um emprego mesquinho
de taxista, vive sozinho (a não ser pela companhia de um cachorro fedorento,
viciado em café), é órfão de pai e têm uma mãe rabugenta que o odeia.
Ele vai levando essa vida inerte e sem muito significado (embora muito bem-humorada), até que acontece o improvável: ele consegue impedir um assalto a banco e prender o bandido, meio que sem querer, claro, já que ele se autodefine como um "cagão". Por esse ato de heroísmo, sua fama se espalha pela cidade e, do nada, ele começa a receber cartas misteriosas pelo correio. Não são cartas comuns, epístolas, mas cartas de BARALHO, sem muitas informações, a não ser algum nome, uma charada e um ou outro endereço. A partir daí, como qualquer pessoa que não tem nada a perder, Ed vai atrás dos endereços indicados, a fim de descobrir a que se referem. Resumidamente, essa busca por significados o levará a refletir profundamente sobre o poder que cada pessoa tem de fazer algo pelo outro, atitudes simples que podem mudar uma vida, incluindo a própria, que vai se transformando pouco a pouco em uma profunda jornada de autoconhecimento, desprendimento e superação de limites pessoais.
Ele vai levando essa vida inerte e sem muito significado (embora muito bem-humorada), até que acontece o improvável: ele consegue impedir um assalto a banco e prender o bandido, meio que sem querer, claro, já que ele se autodefine como um "cagão". Por esse ato de heroísmo, sua fama se espalha pela cidade e, do nada, ele começa a receber cartas misteriosas pelo correio. Não são cartas comuns, epístolas, mas cartas de BARALHO, sem muitas informações, a não ser algum nome, uma charada e um ou outro endereço. A partir daí, como qualquer pessoa que não tem nada a perder, Ed vai atrás dos endereços indicados, a fim de descobrir a que se referem. Resumidamente, essa busca por significados o levará a refletir profundamente sobre o poder que cada pessoa tem de fazer algo pelo outro, atitudes simples que podem mudar uma vida, incluindo a própria, que vai se transformando pouco a pouco em uma profunda jornada de autoconhecimento, desprendimento e superação de limites pessoais.
Este é, sem dúvida, um dos melhores e mais incomuns livros
que eu já tive a oportunidade de conhecer, começando pela linguagem despojada,
crivada de palavrões do início ao fim (prepare-se para ler muitos
"porra" e "merda", só para citar os mais leves) e uma
informalidade que chegou a me assustar nas primeiras páginas. O autor, Markus
Zusak, o mesmo de "A menina que roubava livros", apresenta um livro
que opta pela simplicidade na narração, que é grosseira e coloquial, mas ainda
assim de leitura muito agradável e, o melhor, sem os típicos sermões de bem e
mal e "moral da história". É interessante observar que Zusak cria
personagens despojados de maniqueísmos; todos eles têm, ao seu modo, forças e
fraquezas – e o autor satiriza bem estas últimas.
“Eu sou o mensageiro” é um livro bastante criativo, onde eu,
assim como qualquer leitor que venha a conhecer, senti-me preso num suspense
interessante, com o jogo de pistas sugerido pelas cartas e pela irreverência e
trapalhadas de Ed, um personagem que não é muito carismático no início, mas por
quem é impossível sentir indiferença no decorrer da história. Outro ponto
interessante é que a estrutura da trama funciona como uma série de códigos,
embora simplificados, provavelmente para forçar o protagonista a pensar em
respostas e tomar atitudes, pois nenhuma das pistas dadas a ele diz exatamente
o que fazer. Cabe a ele desvendar cada mistério e ir à pista seguinte,
terminando com a esperada recompensa.
Naturalmente, por mais bem-humorado que o livro “Eu sou o
mensageiro” seja, não é uma leitura apenas para rir, mas também para refletir
sobre as atitudes, mesmo que mínimas, que o ser humano pode e deve tomar em
relação aos outros, independentemente de conhecer seus dramas pessoais ou não.
A narrativa em primeira pessoa deixa clara a insegurança de Ed e não são poucas
as vezes em que ele erra feio na “decodificação” de sua jornada; porém, é
recompensador ver o personagem se transformando gradativamente em um ser capaz
e determinado. O leitor projeta-se em Ed Kennedy e, embora não queira apanhar
tanto quanto ele (!), sente-se inspirado a mudar o mundo, prestar atenção nos
detalhes que podem fazer toda a diferença. Somente um escritor hábil consegue
causar essa empatia no leitor.
Para fazer o download do livro "Eu sou o mensageiro", no formato PDF, acesse o link:
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